Muitas vezes se pergunta se o Reiki é eficaz para curar um determinado problema ou quanto tempo demora a actuar. Estas questões convidam a uma breve reflexão sobre o Reiki e o conceito de cura.
Na tradição ocidental, a cura é vista como o fim de uma determinada doença, resultando na reposição da saúde:
Curar: restabelecer ou recuperar a saúde; pôr fim a uma doença. (in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa, 2008-2013)
Esta definição, aparentemente restritiva, tem na verdade uma acepção mais vasta do que pode parecer à primeira vista, devido à própria definição de saúde:
Saúde: estado de bem-estar físico, mental e psicológico. (in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa, 2008-2013.)
Como podemos ver, o conceito de saúde traduz-se em bem-estar, bem-estar esse que vai além da dimensão física, contemplando também a vertente psicológica.
Numa altura em que existe mais saúde e se vive mais e melhor, a ausência de doença não é por si só garante de saúde e a cura não consiste apenas na solução de um problema localizado.
Isto acontece porque o homem é um universo em si mesmo, integrado, por sua vez, numa complexa rede de relações humanas, num contexto social e cultural em permanente mutação.
A ausência de equilíbrio psicológico e emocional, mesmo sem patologia mental associada, influi negativamente na qualidade de vida e conduz muitas vezes a doenças ou influi negativamente no processo terapêutico.
A crescente cooperação entre Reiki e Medicina está cada vez mais ancorada na noção de que é necessário contemplar o homem como um todo para a construção da saúde e da felicidade, e de que elas são interdependentes.
A cura, no campo das terapias holísticas como o Reiki, é vista como um conceito lato e integrado, que envolve o homem em todas as suas dimensões, emocional, mental, social, física e espiritual, e por vezes mais do que uma disciplina.
O Reiki actua a nível energético para harmonizar e tratar o organismo como um todo, actuando nas causas dos desequilíbrios e adaptando-se às necessidades, ao contexto e ao ritmo de cada um de nós.
Em casos em que a doença está instalada e é irreversível, por exemplo, o Reiki ajuda a aceitar a situação e promove uma melhor qualidade de vida.
Isto significa que cada um de nós vive de forma diferente os benefícios do Reiki, consoante aquilo de que mais precisamos no momento e o nosso próprio processo de harmonização energética.
Por essa razão, não é ético nem razoável prometer resultados concretos num espaço de tempo específico. O Reiki vai actuar sempre onde e como é necessário, por vezes de forma subtil, mas consolidada e estruturante.
Embora comece a ser avaliado à luz da ciência de forma sistematizada e existam estudos que demonstram a sua eficácia em situações concretas, o Reiki continua a ser uma experiência subjectiva, pessoal e holística.
O equilíbrio que proporciona traz-nos conforto e harmonia interior, que se vão traduzir noutras áreas da nossa vida e estimular o nosso compromisso com a nossa própria felicidade.
O que pode esperar do Reiki, quer através de tratamentos com um terapeuta quer como praticante, é um impulso à sua transformação e realização interior.
Isto aplica-se quer recorra ao Reiki em caso de doença, complementarmente aos cuidados médicos, devido ao stress, ansiedade ou fobias, por curiosidade, em busca de paz interior ou a título preventivo.
Assim, em vez de se questionar sobre se “o Reiki cura isto?” convidamo-lo a perguntar-se se “quero cuidar de mim?” e se “estou disposto a acomodar as mudanças necessárias para isso e a respeitar o meu ritmo interior?”.
Desta forma poderá experimentar todo o potencial deste método e abrir as portas à verdadeira felicidade: a que vem de dentro, ancorada na sabedoria e na verdade interior.