Mikao Usui

No dia em que se celebram os 150 anos de Mikao Usui, convidámos autores de referência a nível internacional a revelarem as perguntas que gostariam de colocar ao fundador do Reiki.

Todos temos alguém que já partiu e que admiramos profundamente, a quem gostaríamos de fazer uma pergunta, mesmo sabendo que isso não é possível.

Essa é a semente desta pequena homenagem a Usui Sensei, no dia do seu aniversário, e aos autores e investigadores que se dedicam a preservar e honrar o seu legado.

Se um novo praticante tem imensas perguntas para colocar ao fundador do Reiki, o que gostariam de lhe perguntar aqueles que conhecem e estudam a sua vida e o seu trabalho e que se dedicam há várias décadas à prática e ao ensino do Reiki?

Pamela Miles, Mestre de Reiki, autora e investigadora com mais de duas décadas de experiência e pioneira no desenvolvimento da cooperação entre o Reiki e a Medicina, diz que “eu simplesmente faria «pranam» e diria: Obrigada” e resume a sua gratidão e admiração pelo legado de Mikao Usui em apenas uma pergunta:

 “Podemos praticar juntos?”

James Deacon, Mestre de Reiki, autor e ávido investigador, reflete que “de certeza que existe uma miríade de perguntas que as pessoas gostariam de perguntar a Usui Sensei. Questões como: como posso melhorar a minha prática? Porque escolheu o termo Reiki para descrever o fenómeno que experimentou no monte Kurama? Como é que eu não me zango? Como posso aprofundar o meu sentimento de compaixão? Pode, por favor, tratar-me, ensinar-me, dar-me Reiju? E etc.”.

“No passado, talvez, eu teria muita dificuldade em decidir que questão ou questões perguntar. Contudo, hoje parece-me simples”, conclui, e esta foi a pergunta que escolheu:

“Sensei, obrigada pela maravilhosa, profunda dádiva que partilhou connosco; o que podemos fazer por si em troca?”

João Magalhães, Mestre de Reiki, autor e Presidente da Associação Portuguesa de Reiki, por seu turno, gostaria de perguntar a Mikao Usui:

“Como aprender Reiki? Como ensinar Reiki?”

A justificação é simples na forma e profunda no significado, tal como as perguntas que apresenta: “Estas podem parecer questões demasiado óbvias, com respostas demasiado óbvias mas, receber a instrução sobre as mesmas do Mestre Mikao Usui faz toda a diferença”, explica.

Sílvia Oliveira, Mestre de Reiki, Terapeuta, autora e membro fundador da Associação Portuguesa de Reiki, revela-nos que “a  Mikao Usui perguntava aquilo que pergunto sempre que me surge uma dúvida”, ou seja:

“Podes ensinar-me?”

Johnny De’Carli, Mestre de Reiki, autor e investigador de referência, transporta Mikao Usui para a realidade do ensino e da prática do Reiki no presente, colocando-lhe duas questões. Eis a primeira:

“Como vê a rivalidade que se observa entre diferentes escolas, sistemas e mestres de Reiki?”

A razão desta pergunta é, segundo o autor, “uma triste realidade que se observa em vários países”, porque “as pessoas possuem interesses conflitantes, principalmente econômicos. E nesse caso não há razão que prevaleça, a insanidade domina e vem a rivalidade. A competição é apenas um aspeto das imaginações negativas, não deveria existir no método Reiki. Afinal, somos todos Um.”

Johnny De’Carli apresenta uma possível resposta de Usui Sensei a esta pergunta, sob a forma de um poema do Imperador Meiji, “Maneira Correta de Pensar”: “Para mim, além dos mares, e em todas as/direções, todos os seres humanos são irmãos./Qual é, então, o sentido da guerra/em nosso mundo?”.

“Penso que o Mestre Mikao Usui seguramente selecionou esse poema em respeito ao Princípio do Reiki «Só por hoje, seja gentil com todas as criaturas vivas». Ser gentil é saber viver em harmonia com os seus semelhantes. Com certeza o Mestre Usui desejava a paz entre os Reikianos e toda a humanidade”, conclui. A sua segunda pergunta é a seguinte:

“Como vê a pressa que alguns têm em aprender o Reiki?”

Esta é, segundo o autor, “uma realidade que se observa entre os novos alunos de Reiki”. “Estar no caminho do Reiki é mais importante do que a pressa. O aprendizado do Reiki obedece a um ritmo que deve ser respeitado, não adianta querer se apressar. Mesmo no Reiki, é necessário aprender a aprender. Nas coisas espirituais, só aquilo que demora nos inicia. Não podemos pular etapas, precisamos de cada uma delas, mesmo aquelas que achamos de menor valor no momento”, sublinha.

“A pressa é a grande inimiga da perfeição e do aprofundamento. Com ela, corremos o risco de ficarmos na superfície e não encontrarmos o verdadeiro conhecimento”, afirma, apontando como sugestão de resposta de Usui Sensei e ponto de reflexão o poema “Vaca”: “A vaca não tropeça porque não se apressa,/inclusive quando a carroça leva mais peso/do que ela pode suportar.”

Penelope Quest, Mestre de Reiki, investigadora, autora, ex-Vice-Presidente e Coordenadora para a Educação da Federação de Reiki Britânica, apresenta duas perguntas para Mikao Usui, começando por um aspeto da sua prática:

“Porque incluiu técnicas de limpeza energética e de meditação na sua prática?”

Segundo nos revela, “Quando aprendi Reiki inicialmente em 1991, não havia nenhuma referência à limpeza, além de lavar as mãos antes de tratar os clientes, o que parecia uma coisa lógica para se ter de fazer! Contudo, desde que estudei as técnicas japonesas em 2000 e 2003, tenho ensinado os meus alunos a usarem técnicas de limpeza energética como a Chuva de Reiki e técnicas de limpeza e meditação como o Hatsurei-ho, para praticarem antes e depois de tratarem clientes (e quando se tratam a si mesmos, se o desejarem)”.

Para Penelope Quest, “é evidente que Usui tinha um excelente conhecimento da energia, uma vez que era perito em artes marciais, por isso, ainda que não usasse a ideia do sistema de chakras, que provém da Índia, não do Japão, ele provavelmente avaliava a energia dos seus clientes ao sentir a energia nos três pontos tandem, nas áreas do umbigo, coração e testa”.

Já a meditação, “teria sido provavelmente incluída porque Usui via o Reiki (ou o que chamamos de energia Reiki) como uma disciplina espiritual, não apenas como uma modalidade terapêutica”. A segunda questão de Penelope Quest refere-se à forma como o Reiki tem evoluído:

“O que pensa de todas as diferentes formas de Reiki que têm surgido nos últimos 25 anos ou mais?”

Segundo nos explica, “sinto que o Reiki em qualquer forma é uma energia de cura positiva, mas tenho noção de que outros membros da comunidade do Reiki não partilham desta opinião, por isso estaria interessada em saber a sua opinião sobre este assunto”.

Mesmo sem as respostas de Mikao Usui, estas perguntas encerram em si a sabedoria do conhecimento e da experiência, constituindo um foco de reflexão e de aprendizagem para todos os praticantes.

Neste dia de celebração, também nós somos profundamente gratos pela dádiva que Mikao Usui nos legou, pelo que terminamos com uma simples palavra:

Obrigada.

 

A Pamela Miles, James Deacon, Johnny De’Carli, João Magalhães, Sílvia Oliveira e Penelope Quest, a nossa profunda gratidão pela colaboração neste artigo e por aceitarem fazer parte desta homenagem a Usui Sensei.

 


Mikao Usui

On Mikao Usui’s 150th birthday, we invited renowned international Reiki authors to reveal the questions they would like to ask the founder of Reiki.

We all have a question we would like to ask someone we admire deeply and who is no longer among us, even if it is not possible.

That is the seed of this small tribute to Usui Sensei on his birthdate, and also to the authors and researchers who dedicate themselves to preserve and honor his legacy.

If a new practitioner has lots of questions to ask the founder of Reiki, what would the ones who study his life and work, and who have dedicated themselves to the practice and teaching of Reiki for decades, like to ask him?

Pamela Miles, Reiki Master, author and researcher with over two decades of experience and a pioneer on the cooperation between Reiki and Medicine, says “I would simply pranam and say, thank you” and summarizes her gratitude and admiration for the legacy of Mikao Usui in just one question:

“Might we practice together?”

James Deacon, Reiki Master, author, and avid researcher ponders: “I’m sure there are myriad questions people would like to ask Usui Sensei. Questions such as: how can I improve my practice? Why did you choose the term «Reiki» to describe the phenomenon you experienced on Kurama-yama? How do I not anger? How can I deepen my sense of compassion? Please, will you treat me/teach me/give me Reiju? And so on…”

“In the past, perhaps, I would have had great difficulty in deciding on what question or questions to ask. However, today, it seems simple”, he concludes, and this is his question:

“Sensei, Thank you for the wonderful, profound gift you have shared with us; what can we do for you in return?”

João Magalhães, Reiki Master, author, researcher and President of The Portuguese Reiki Association, on his hand, would like to ask Mikao Usui:

“How to learn Reiki? How to teach Reiki?”

The reason is simple in form but deep in meaning, just like the two questions presented: “These questions may seem too obvious, with too obvious answers, but to receive the instruction on them from Mikao Usui Sensei himself makes all the difference”.

Sílvia Oliveira, Reiki Master, Reiki Therapist and founding member of the Portuguese Reiki Association reveals to us that “I would ask Mikao Usui the same thing I ask whenever a doubt comes up”:

“Would you teach me?”

Johnny De’Carli, Reiki Master, author, and researcher brings Mikao Usui to the current reality of Reiki practice and teaching, posing him two questions. Here’s the first one:

“How do you see the existing rivalry between different Reiki schools, systems, and masters?”

According to the author, the reason behind this question is “a sad reality we observe in several countries”, because “people have conflicting interests, mainly economic ones. In that case, no reason prevails, insanity dominates, and rivalry comes. Competition is only an aspect of negative imaginations; it shouldn’t exist in the Reiki method. After all, we’re all one”.

He infers a possible answer from Usui Sensei in the form a poem from Emperor Meiji, “Correct Way of Thinking”: “To me, beyond the seas and in all/ directions, all human beings are brothers./What is, then, the point of war/in our world?”.

“I believe Mikao Usui Sensei selected this poem in respect to the Reiki precept «just for today, be kind to all living creatures». Being kind is knowing to live in harmony with your equals. Surely Mikao Usui Sensei wished peace between Reiki practitioners and all humanity”, De’Carli concludes. Johnny De’Carli’s second question is:

“How do you see the rush to learn Reiki?”

That is, according to the author, “a reality observed among the new Reiki students”. “To be on the Reiki path is more important than rush. The Reiki learning process obeys to a rhythm that must be respected; there is no point in rushing. Even in Reiki, it is necessary to learn how to learn. On spiritual matters, only what takes time initiates us. We can’t jump steps, we need every one of them, even the ones we think are less important at the moment”, he stresses.

“Rush is the great enemy of perfection and deepening. With it, we risk ourselves to stay at the surface and not find the true knowledge”, De’Carli claims, presenting as a suggestion for Mikao Usui’s answer the poem “Cow”: “The cow doesn’t trip because it doesn’t hurry,/even when the cart carries more weight/than she can bare”.

Penelope Quest, Reiki Master, researcher, author and former Vice-Chairman and Education Co-ordinator of the UK Reiki Federation, has two questions to Mikao Usui. The first relates to an aspect of his practice:

“Why did Dr. Usui include energy cleansing and meditation techniques in his practice?”

According to Penelope Quest, “When I originally learned Reiki in 1991, no mention was made of cleansing, other than washing your hands before treating a client, which seemed a reasonable thing to have to do!  However, since I studied the Japanese Reiki techniques in 2000 and 2003, I have always taught my students to use energy cleansing techniques such as the Reiki Shower, and cleansing and meditation techniques such as the Hatsurei-ho, to use before and after treating clients (and when treating themselves if they wish).”

For the author, “it is clear that Usui had an excellent understanding of energy, as he was a martial arts expert, so although he would not have used the idea of the chakra system, as that comes from India, not Japan, he would probably have assessed his clients’ energies by sensing the energy on the three tanden points, ie navel, heart and brow areas”.

The meditation, in turn, “would probably have been included because Usui saw Reiki (or what we call the Reiki energy) as a spiritual discipline, not just a healing modality”.

The second question refers to the way Reiki has evolved:

“What does Dr Usui think of all the different forms of Reiki that have sprung up over the last 25 years or more?”

As she explains to us, “I feel Reiki in any form is a positive healing energy, but I’m aware that other members’ of the Reiki community don’t share that opinion, so I’d be interested in his thoughts on the matter”.

Even without Usui Sensei’s answers, these questions contain the wisdom of knowledge and experience, providing learning and reflection to all practitioners.

On this celebration day, we are also deeply thankful for the gift Mikao Usui has left to us, so we end by simply saying:

Thank you.

 

To Pamela Miles, James Deacon, Johnny De’Carli, João Magalhães, Sílvia Oliveira and Penelope Quest, our deep gratitude for their collaboration on this article and for being part of this tribute do Usui Sensei.  

 

Written by Reiki Studio

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